CAPITÃO-MOR PERO MENDES DE GOUVEIA
COMANDANTE DO FORTE DOS REIS MAGOS, NOME DE RUA NO
BAIRRO DIX-SEPT ROSADO E DE ESCOLA ESTADUAL, AMBOS EM NATAL-RN
PERO MENDES DE GOUVEIA
15º MANDATÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE 15º (DÉCIMO
QUINTO) GOVERNANTE DA CAPITANIA DO RIO GRANDE DO NORTE
Supõe CÂMARA CASCUDO ser Pedro Mendes (cujo nome é grafado
por vários autores na forma espanhola) castelhano e não português. E argumenta:
Por alvará de 7 de agosto de 1627 o Governador Geral do Brasil, Diogo Luís de
Oliveira, nomeava-o Capitão de uma Companhia de Infantaria Espanhola. O
registro é datado da Bahia em 7 de janeiro de 1630 (1989, p. 189). HÉLIO GALVÃO
parece compartilhar com esta hipótese ao mencionar que, em carta ao
Tenente-Coronel Bijma, por ele conhecida, vertida para o holandês e deste
traduzida para o português, sua assinatura sugere que ele é de língua
espanhola: a flexão Mendez e a grafia Govea: Pero Mendez de Govea (1999, p.
94). Quanto à sua designação para governar esta Capitania, não logramos
localizar quaisquer referências nas fontes consultadas. E é HÉLIO GALVÃO, mais
uma vez, que – como vimos – diligentemente compilou os dados essenciais das
cartas designativas de todos os seus antecessores, quem diz, textualmente, em
relação a este: É desconhecida a data de sua nomeacão, acrescentando que,
houvera omitido em sua resposta ao ultimato do comandante batavo a Fortaleza
ter sido confiada à sua guarda por Filipe IV, e que só a ele – ou a alguém por
ele devidamente autorizado – o entregaria (V. adiante a nota, na íntegra),
poder-se-ia acreditar que estivesse apenas no comando da guarnição militar, a
título precário, enquanto chegava o sucessor para Cipriano Pita; aquela frase,
porém, afasta conjecturas e temos que aceitar a presença de Pero Mendez na
linhagem dos Capitãesmores do Rio Grande (1999, op. cit., ibidem). Terá
assumido o cargo por volta de 1630, não antes: Não são conhecidas as datas da
nomeação e posse deste Capitão-mor, que não poderia ser anterior a 1630.
Varnhagen não o contemplou na relação que apresenta, embora mencionando de
passagem seu nome no correr da história, informa VICENTE DE LEMOS (1612, p.
18). Era comandante da Fortaleza, pois, quando aportaram os holandeses na Angra
de Ponta Negra, a 8 de dezembro de 1633, liderados pelo Almirante Jan
Lichthardt. As forças vindas com a esquadra marcharam em direção à cidade (no
item seguinte há o detalhamento do percurso realizado pelos invasores), sob o
comando do Tenente-Coronel Baltazar Bijma que, ao chegar nas imediações da
Fortaleza, observando estritamente o costume militar (jurisprudência baseada no
uso e não na lei escrita), enviou contundente correspondência a Pedro Mendes de
Gouveia expressando as razões de sua presença ali, naquele instante: seriam a
de se apoderar da Fortaleza, e doravante, comandá-lo, adiantando que não
gostaria de fazê-lo utilizando-se de medidas extremas, em clara ameaça de
iminente ataque. A resposta do Capitão-mor foi vazada nos seguintes termos:
Estou bem certo das boas disposições e cortesia de V. Exª, como bom soldado que
é, em todos os assuntos e principalmente nos negócios de guerra. Mas V. Exª
deve saber que este Forte foi confiado a minha guarda por Sua Majestade
Católica (sem grifo no original), e só a ela ou a alguém de sua ordem o posso
entregar e a mais ninguém, preferindo perder mil vidas a fazê-lo, e do mesmo
espírito se acham animados todos os meus companheiros, achando-nos bem providos
de todo o necessário (TAVARES DE LIRA, 1982, p. 60). Diante dessa recusa formal
e insofismável Baltazar Bijma determinou a construção de trincheiras e a
montagem de peças de artilharia, logo iniciando bombardeio sem trégua. Comenta
CÂMARA CASCUDO, a propósito: (...) as baterias holandesas alvejaram horas
seguidas. Os parapeitos e os bastiões foram destroçados e as peças desmontadas
facilmente (1984, p. 73). Foram quatro dias de resistência, até a rendição: a
Fortaleza foi ocupada na manhã do dia 12 de dezembro de 1633.
FONTE – FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO
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